Relacionamentos e as pessoas perversas

Relacionamentos e as pessoas perversas 

Mateus 5.38-42 

Mensagem: O cristão autêntico tem como imperativo a construção de relacionamentos sadios e construtivos, tendo como padrão e fundamento a lei de Deus, revelada em Jesus Cristo e na sua palavra. 

ESBOÇO

INTRODUÇÃO

A. Recordando

5a. Mensagem de 07/07 -  Relacionamentos e os compromissos apalavrados, Mt 5.33-37. 

B. Hoje, 14/07 - 7a. Mensagem - Relacionamentos e as pessoas perversas, Mt 5.38-42.

5.38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. 39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; 40 e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. 41 Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. 42 Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes. 

Quantos problemas relacionais nós temos por causa de pessoas perversas, que nos causam mal; e, por causa das nossas reações negativas para com o perverso, e o mal por ele causado… 

 O que Jesus Cristo nos ensina neste texto?  

I. A  justa retribuição pelo dano causado, pertence a Deus.

5.38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. 

No contexto da nação de Israel, Deus havia estalecido as leis morais, e as leis civis… Na leis civis, a ‘lex talionis’ era o princípio de uma retribuição exata, cujo propósito era estabelecer o fundamento da justiça, especificando o castigo que o culpado merecia, e limitar a compensação de sua vítima a um equivalente exato e não mais. Assim, tinha o duplo efeito de caracterizar a justiça e refrear a vingança (Stott, p. 102).

Êx 21.22 Se homens brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como os juízes lhe determinarem. 23 Mas, se houver dano grave, então, darás vida por vida, 24 olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, 25 queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe. (cf. Dt 19.17,18, 21; Lv 24.19). 

Qual era o problema dos escribas e fariseus? Eles aplicavam nos relacionamentos pessoais, aquilo que a lei de Deus dava como prerrogativa aos tribunais legais. E, assim procuravam exercer por conta própria a justa retribuição e/ou a vingança! E, é a isto que Jesus Cristo se opõe. 

Rm 12.19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor

II. O cristão deve trilhar o caminho da não retaliação 

5.39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; 40 e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. 41 Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. 42 Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes. 

Jesus usa aqui quatro ilustrações, para ensinar sobre a não retaliação cristã (Stott, p. 105,106), cada uma delas apresentando uma pessoa perversa:

1. Nos batendo, agredindo no rosto…

2. Nos levando a justiça…

3. De modo autoritário nos obrigando a fazer algo…

4. Nos pedindo dinheiro… 

Aqui o propósito de Jesus foi de proibir a vingança, não incentivar a injustiça, a desonestidade, o vício… E  a ordem de Cristo foi "um preceito de amor, não de insensatez”. Ele não ensina a irresponsabilidade que incentiva o mal, mas a paciência que renuncia à vingança. (Stott, p. 106,107). 

A palavra de Deus não proíbe a administração da justiça, mas antes proíbe de fazer a justiça pelas próprias mãos, de agir com animosidade, com espírito de vingança… (adpatado de Stott, p. 112,113). 

Em Jo 18.22,23, encontramos Jesus fazendo um protesto quando foi esbofeteado por um guarda… Em At 16.37, encontramos Paulo protestando por ter sido injustamente preso e açoitado, sem ter havido um processo formal, ainda mais sendo ele um cidadão romano.

Como conciliar estes acontecimentos e reações, com o ensino de Jesus Cristo, em Mt 5?

Estes acontecimentos não são exemplos e ilustrações de que nosso Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos teriam insistido sobre seus direitos pessoais. O que o Senhor fez foi reclamar contra transgressão da lei, e o Seu protesto foi erguido para salientar o valor da lei… E o apóstolo Paulo agiu precisamente da mesma maneira (Lloydes-Jones, p. 265). 

O cristão deve trilhar o caminho da não retaliação…

Rm 12.17 Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; 18 se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; 19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. 20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. 21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. 

Conclusão

Mantenhamos em mente…

As palavras Olho por olho e dente por dente vêm de várias passagens do Antigo Testamento (Êxodo 21:24; Levítico 24:20; Deuteronômio 19:21); eles são chamados de lex talionis, a lei da retaliação. Esta lei foi dada para proteger os inocentes e garantir que a retaliação não ocorresse além da ofensa. Jesus ressaltou, no entanto, que enquanto os direitos dos inocentes são protegidos pela Lei, os justos não precisam necessariamente reivindicar seus direitos. Um homem justo seria caracterizado pela humildade e abnegação (Logos Bible - Barbieri, L. A., Jr. (1985). Mateus. Em J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), O Comentário do Conhecimento da Bíblia: Uma Exposição das Escrituras (Vol. 2, p. 31). Wheaton, IL: Victor Books.). 

Nesta série de mensagens sobre Relacionamentos em Jesus Cristo, nós temos refletido sobre a má influência religiosa dos “escribas e fariseus”, da ética situacional, da nova moralidade, do pós-modernismo… sobre os cristãos em geral.

 

No caso de Mateus 5.38-42 (Rm 12.17-20)

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No Espírito Santo, no processo da construção  de relacionamentos sadios e construtivos, devemos ter cuidado com as influências: religiosas dos “escribas e fariseus” do nossos dias; da ética situacional, da nova moralidade, do pós-modernismo… 

Lembre-se, sempre, de que:

Rm 12.17 Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; 18 se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; 19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. 20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. 21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. 

O cristão autêntico tem como imperativo a construção de relacionamentos sadios e construtivos, tendo como padrão e fundamento a lei de Deus, revelada em Jesus Cristo e na sua palavra. 

Bibliografia

MacArthur, Jhon. Biblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP: Sociedade Biblica do Brasil, 2010.

Pentecost, J. Dwight. O Sermão da Montanha - Introspecções hodiernas para um estilo de vida cristão. Belo Horizonte: Editora Betânia, MG 1984.

Lloyd-Jones, Martyn. Estudos no Sermão do Monte. São Paulo, SP: Editora Fiel, 1984.

Stott, Jhon. Contracultura Cristã - A mensagem do Sermão do Monte. São Paulo: ABU Editora, 1981.

Wesley, John. O Sermão do Monte. São Paulo, SP: Editora Vida, 2012.

Wiersbe, W. Warren. Novo Testamento 1 - Comentário Bíblico Expositivo. Santo André, SP: Geográfica Editora, 2014.

Notas:

Palavras gregas, pesquisa, no e-Sword, Bible Study - RA Strong’s; RIENECKER, Fritz e ROGERS, Cleon. “Chave lingüística do Novo Testamento grego”, São Paulo, SP: Vida Nova, 1985.  

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:

* O que  Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?

* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?

* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)? 

Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10). 

 

Pr. Domingos Mendes Alves

Domingos M. Alves