Libertos para que?

   Lemos em Gálatas 5.1: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.” Alguns, equivocadamente, usam este versículo para falar de uma liberdade sem limites em Cristo. Para entender o equívoco, analisemos o contexto da carta aos gálatas.

   Paulo combatia aqueles que queriam impor a circuncisão, um ritual da Lei, aos gentios convertidos como condição para salvação. Mas, é evidente no Novo Testamento que o meio da salvação é somente a fé em Jesus (Romanos 3.24-25). No Velho Testamento não é diferente.  Paulo afirma que Abraão creu em Deus e foi isso que o justificou (Gálatas 3.6-8), o que ocorreu antes mesmo de a Lei ter sido dada à Moises. É justamente nossa incapacidade de cumprir a Lei que torna inquestionável a salvação pela fé ao invés de obras. Assim, a Lei aponta para Cristo (Tiago 9.10; Gálatas 3.24).

   Em Gálatas 5.1 Paulo não nos dá uma liberdade irrestrita. Ele é bem específico ao condenar a circuncisão como meio de salvação e, em momento algum, Paulo diz que não temos deveres! Lembre-se, Jesus é também nosso Senhor. A palavra senhor significa dono e, não por acaso, Paulo e outros discípulos se apresentavam como servos de Cristo: Paulo (Romanos 1.1, Tito 1.1), Paulo e Timóteo (Filipenses 1.1) , Tiago (Tiago 1.1), Pedro (2 Pedro 1.1), Judas (Judas 1.1).

   Lemos em Romanos 6.22: “Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.” Portanto, em Jesus somos livres de rituais da Lei, mas há uma obrigação clara: viver em santidade, não havendo uma liberdade para pecar (Romanos 5.20-21, 6.1-2).

   Somos livres do poder e da condenação do pecado para nos submetermos à vontade de Deus, como servos. 

Deus Abençoe

Fabio Gomes